Escrito
por ALLAN FEAR
CAPÍTULO
1
Aquela garota
caminhando sozinha no meio da noite é Jéssica. Ela adorava sair com os amigos para festas
badaladas. Mas o carro de um de seus amigos bateu num poste e lá estava ela
tendo que andar no meio da madrugada com suas poucas peças de roupas e ainda
sob a influência de alguns drinks, visto que ela não quis esperar o reboque,
ainda mais que seu amigo Jonas estava bêbado, não era habilitado e fugiu do
local para conseguir alguém que o ajudasse.
Cansada
após a balada e muita curtição, Jéssica queria chegar logo em casa e andou
alguns quarteirões para pegar o metrô. Ela caminhava apressada, apreensiva
pelas ruas escuras e silenciosas.
Pobre
garota, ela não tardou a perceber aquele tipo estranho vindo atrás dela, com um
olhar doentio no rosto perverso.
Jéssica
não usava mais que uma minissaia jeans e um top curtíssimo e se sentiu
totalmente indefesa diante dos olhos daquele homem estranho metido dentro de um
capuz com as mãos nos bolsos. Quais seriam
as intenções daquele sujeito para com uma jovem garota sozinha tarde da noite?
CAPÍTULO 2
Desesperada, Jéssica
começou a correr enquanto sentia um arrepio gélido como se o dedo ossudo de um
esqueleto lhe tocasse na nuca.
Ela
chegou ao metrô e passou rapidamente pela catraca ao pagar a passagem com seu
cartão. Tudo estava deserto. As madrugadas de sábado eram mortas. Apenas
aqueles tipos estranhos rondavam as ruas em busca de vítimas.
Jéssica
chegou a plataforma. Estava frio, silencioso e deserto lá embaixo. O metrô parecia demorar uma eternidade para
chegar. A todo instante ela olhava para as escadas temendo ver aquele tipo
estranho. Mas a quietude era total. Jéssica se abraçava na esperança de
afugentar aquele frio arrepiante, os efeitos dos drinks começavam a se esvair,
inundando sua mente de preocupações e medo.
Por
que diabos ela correu para o lado oposto ao do amigo Jonas? Era tão tarde, ela
deveria ter permanecido com ele, estaria mais segura. Ela ainda não podia
acreditar que em um momento estava cochilando no banco do carona e no outro
despertou com o horrível som de metal retorcido e vidro estilhaçado.
Mas
Jéssica estava bem, sofreu apenas um arranhão no ombro. Ela pensou em ligar para
algum de seus amigos, pegou o celular no bolsinho da saia e viu que já estava
descarregado. A bateria já não durava quase nada.
Foi
então que ela ouviu um ruído de sucção e viu aquela estranha gosma preta no
chão. Parecia borbulhar como pinche fervendo.
Intrigada,
Jéssica deu um passo incerto em direção aquela coisa e o que seus olhos fitaram
fez seu sangue gelar nas veias tamanho foi o horror que sentiu.
CAPÍTULO
3
Criaturas monstruosas,
de aspecto indescritivelmente gosmento e horripilante, começaram a sair daquela
poça escura. Jéssica gritou desesperada saltando para trás e deixando o celular
cair nos trilhos.
Talvez
aquilo fosse efeito dos drinks ou do baseado que ela usou. Mas lá estava as
criaturas, tão reais como o chão que ela pisava. Os monstrinhos pegajosos com
faces que se assemelhavam a aves com corpos de sapos e patas de aranha saltavam
aos montes da gosma. Eram do tamanho de um papagaio e tinham o corpo escuro.
Enquanto
se afastava das criaturas horrendas Jéssica viu o metrô chegando e pulou dentro
dele tão logo as portas se abriram.
Jéssica
estava apavorada, se sentou em um dos bancos de plástico e ficou aliviada
quando a locomotiva começou a se mover.
O
vagão estava vazio e frio, ela se abraçava na esperança de se aquecer. Mas
então um grito de espanto saiu de seus lábios quando ela viu aquele tipo
estranho, todo encapuzado, vindo em sua direção, com seus olhos famintos cheios
de malícia fixos em suas pernas.
O
coração de Jéssica parou de bater por um instante quando o maníaco ergueu a
cabeça e olhou nos olhos dela. Então ele sorriu, um sorriso perturbadoramente
assustador, triunfante, como de um predador diante de sua presa indefesa.
CAPÍTULO 4
A pobre garota se
levantou do banco e saiu correndo pelos vagões, pedindo por socorro e para seu
horror contatou que todos estavam vazios.
Ela
parou no último vagão, apavorada e olhou para trás. As luzes se apagaram antes
que ela pudesse ver alguma coisa. A escuridão era total à medida que o metrô
passava por um túnel e as luzes interna sofreram algum tipo de pane.
Então
ela sentiu mãos frias e crespas agarrarem seus braços, ela gritou e quando
ouviu o metrô parar e as portas se abrirem, ela deu uma joelhada no homem e começou
a correr para fora do vagão. Correndo por sua vida. Ao sair da estação, ela
deu-se conta de que o maníaco havia rasgado sua saia. Ela estava apenas de
calcinha, no meio da madrugada fria em ruas desertas.
CAPÍTULO
5
Jéssica ganhou a rua em
instantes, correndo pelo asfalto molhado, passando pelas casas escuras e a todo
instante olhando para trás. Mas nenhum sinal do tarado, talvez ele tenha ficado
contente com sua saia.
Jéssica
chegou em casa alguns instantes depois, pegou a chave reserva embaixo do tapete
e entrou rapidamente em sua residência.
Ela
respirou profundamente, lutava para recuperar o fôlego. Quando se acalmou um
pouco, chamou pelos pais. Mas não obteve
nenhuma resposta.
De
repente começaram as pancadas na porta e o assombro triturou os nervos de
Jéssica. O maníaco a teria seguido?
Cautelosamente
Jéssica andou nas pontas dos pés até a porta e espiou pelo olho mágico. Mas estava
embaçado e manchado demais para que pudesse ver alguma coisa.
Com
muito cuidado ela passou a corrente pela porta e indagou quem era. Mas não houve resposta. As pancadas cessaram
enquanto ela tentava uma vez mais espiar pelo olho mágico, foi quando ela
sentiu mãos fortes tocarem em seu pescoço.
CAPÍTULO 6
-Aaaaahhhhh!!!
O
grito explodiu dos lábios de Jéssica quando ela se voltou e viu o rosto
preocupado do pai, que indagou o que estava acontecendo e mais adiante sua mãe,
se agasalhando em um hobby, questionou-a por que estava chegando em casa só de
calcinhas?
Jéssica
tentou se acalmar e se sentou no sofá com as pernas cruzadas e a mão sobre o
ventre para explicar o que havia acontecido, enquanto que seus pais
permaneceram de pé fitando-a.
***
Depois de explicar toda
a história para seus pais, ocultando os perigos que passou inclusive o
acidente, visto que se falasse a verdade eles não a deixariam sair com os
amigos. Sobre chegar nua, ela disse simplesmente que a saia havia rasgado ao
passar perto de uma cerca de arame, como os pais já estavam sonolentos, não
renderam muito e retornaram para seu quarto.
Jéssica tomou uma ducha quente, enrolou-se em uma toalha
macia e foi para seu quarto quando viu sua minissaia Jeans sobre a cama.
Curiosa Jéssica caminhou até a cama e pegou a minissaia,
percebendo com assombro que era a mesma que ela estava usando e que foi rasgada
pelo maníaco no metrô.
A pobre garota largou a saia como se ela estivesse em
chamas e começou a gritar.
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