Escrito
por ALLAN FEAR
CAPÍTULO
1
Mervin, um rapaz de 21 anos, havia se mudado com os pais para uma nova casa em uma
estranha e velha cidadezinha do interior, chamada Vale do Medo.
Sem
nada para fazer, ele costumava senta-se em frente à sua casa, na esperança de
conhecer os vizinhos e começar uma nova amizade.
No
final de uma tarde fria, Mervin viu uma linda e encantadora garota sair da casa
em frente a sua, uma das poucas residências que eram habitadas.
Mervin
ficou encantado com a garota, que saiu de casa e retornou alguns minutos
depois, acompanhada de um rapaz.
Mervin
ficou observando e viu o rapaz acompanhar ela até desaparecer numa esquina.
No
decorrer da semana Mervin começou a observar a garota, que parecia morar
sozinha, repetir o mesmo ritual, sair de casa no final da tarde e vir
acompanhada de um rapaz, mas não o mesmo, era sempre alguém diferente.
Intrigado,
Mervin resolveu seguir a garota quando ela estava voltando com um rapaz. A
garota desceu até o final da rua, pediu o rapaz para apanhar umas flores no
alto de um muro e depois adentraram por um portão de grades que rangeu como um
lamento triste ao ser aberto.
Mervin
se aproximou e sentiu um arrepio gélido na nuca quando percebeu que aqueles
portões antigos e enferrujados eram de um cemitério.
CAPÍTULO 2
Mervin
pensou em entrar no cemitério atrás deles, mas a garota pareceu notá-lo e ele
decidiu recuar, não queria ter fama de tarado ou coisa parecida numa cidade
pequena por andar seguindo a vizinha.
Mas
dois dias depois, lá estava Mervin, lutando contra sua timidez para poder
chegar na vizinha, sua beleza o encantava, ele precisava falar com ela. Sua
mente suja imaginava o que ela poderia ficar fazendo no cemitério depois de
colocar flores para algum parente morto, uma vez que ela demorava para voltar,
tanto que Mervin acabava desistindo de esperar por ela.
A
vizinha apareceu, mas Mervin travou e apenas balançou a cabeça quando ela
passou, incapaz de falar uma palavra.
Mas
depois de uns 20 minutos a garota apareceu, porém estava sozinha. Era a chance
de Mervin dizer ao menos um oi.
Mas
antes de Mervin falar, a garota se aproximou dele e sorriu, perguntando se ele
não poderia acompanhá-la? Afinal não havia achado ninguém para isso naquele
dia.
A
garota se apresentou, revelando chamar-se Tatiane. Falou que seus pais haviam
falecido há pouco tempo e que dia sim dia não, levava flores para eles, como
havia prometido. Mas que ficava com medo de ir lá sozinha.
Mervin
ficou feliz de poder ajudar, embora aquele cemitério antigo lhe causava
arrepios. Mas era sua chance de se dar bem com aquela linda garota.
Era a chance de Mervin poder conquistá-la, mas um medo
sombrio parecia paralisar seus movimentos e sussurrar em seus ouvidos para que
ficasse longe daquela garota.
CAPÍTULO
3
Reunindo sua coragem e
dando razão a seus desejos masculinos, Mervin acompanhou a garota, inalando seu
doce perfume à medida que andava ao seu lado. Colheu as flores do alto do muro
e adentrou aquele antigo cemitério em ruínas.
Caminharam
por entre as sepulturas velhas, sob um céu de nuvens cinzentas. Mervin seguiu a
garota para dentro de um mausoléu frio e sombrio.
O
rapaz sentia uma pontada de medo naquele lugar apavorante, mas lutava contra
seus temores e pensava no que poderia dizer para Tatiane, algo para fazê-la
sorrir e ver que ele era um cara legal.
Um
arrepio serpenteou pelas costas de Mervin quando Tatiane pegou sua mão e lançou
lhe um olhar doce enquanto adentravam o mausoléu envolto por uma tênue
penumbra.
Tatiane
depositou as flores sobre os dois antigos túmulos de pedra, um ao lado do outro
no fundo do aposento fúnebre. Na fraca luz acinzentada que vinha da entrada,
Mervin viu Tatiane se virar, encarando-o.
A
garota disse, em um sussurro suave, que precisava recompensá-lo pela ajuda e
começou a beijá-lo. Seus lábios se tocaram em um beijo terno, suave no início,
mas depois selvagem, faminto. Ela envolveu o pescoço do rapaz com seus braços e
puxou sua cabeça para beijos cheios de carência.
Mervin estava confuso, afinal, ela iria ficar
com ele ali, diante do tumulo dos pais? Ou talvez o ritual de trazer flores
fosse apenas uma desculpa para satisfazer um fetiche de transar com
desconhecidos naquele lugar de morte.
Mervin
não resistiu aos encantos daquela doce e sensual garota e se entregou aos
prazeres da carne sobre aqueles túmulos frios cujo perfume da morte penetrava
por suas narinas mais e mais a medida que sua respiração ficava ofegante.
Embora
estivesse realizando seu maior desejo de possuir sua linda vizinha, um assombro
inquietava Mervin, quase sobrepujando aquele êxtase fervoroso que sentia
enquanto Tatiane cavalgava sobre ele loucamente. Mervin tinha a sombria
sensação de que eles não estavam sozinhos naquele mausoléu. Ele sentia que
alguma coisa, talvez uma alma penada, estivesse espreitando-os das sombras.
CAPÍTULO 4
Ao final do ato, Mervin
estava exausto, a muito que uma garota não era tão intensa com ele. Ele
precisava recuperar um pouco suas forças antes de se levantar.
Então
de repente, Mervin ouviu o ranger das tampas de pedra dos túmulos sendo
arrastadas, imediatamente ele pulou e ficou de pé. Seus olhos fitaram com horror dois cadáveres saírem
de seus leitos, gemendo e abrindo as bocas.
Tatiane,
que já estava terminando de se vesti, começou a se lamentar, dizendo, em
murmúrios tristes que sentia muito por Mervin, mas não poderia deixar seus pais
sofrendo. Ela disse que tinha que cuidar
deles agora que haviam retornado do túmulo.
Mervin,
sem forças, tentou fugir, mas suas pernas estavam terrivelmente bambas e os
dois zumbis o pegaram com certa facilidade, envolvendo-o em seus braços apodrecidos.
Mervin
tentou gritar enquanto forçava seu corpo nu a correr, mas uma mordida faminta
arrancou um grande pedaço de sua garganta e o derrubaram no chão, dando início
ao banquete do dia. Os zumbis estavam vorazmente famintos.
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