Header Ads Widget

Responsive Advertisement

CREPÚSCULO SANGRENTO

 


Escrito por ALLAN FEAR

 

Capítulo 1

           

 -Luana, Como eu fico com esse brilho de framboesa nos lábios?- perguntou Jacy, juntando os lábios num beijo exagerado.

            -Legal!- disse a irmã deitada na cama, levantando os olhos da revista de moda que estava lendo. –Mas eu prefiro o de menta.

            -Framboesa é mais gostoso.- disse Jacy, fazendo uma careta para a irmã pelo reflexo da espelho à sua frente.

            -Mudando de assunto,- começou Luana -já passa das 19 horas. A que horas pretende sair?

            -Às 20 horas em ponto. - respondeu Jacy, enquanto, concentrada, passava sombra nos olhos. Havia um monte de maquiagens na mesinha à sua frente. –Hoje é sexta-feira, o “Point Dance” vai ficar lotado. É melhor chegar um pouco mais cedo.

            -Você tá se produzindo muito. Pretende arrumar um namorado por lá?- Luana parecia curiosa. Jacy usava um belo vestido preto, de seda, com um belo e sedutor decote no busto, com a bainha indo até os joelhos. Jacy era de fato uma bela garota, 17 anos de idade, cabelo preto, liso, comprido até o meio das costas. Pele clara, olhos grandes e negros, 1,73 de altura e um corpo atlético, embora não praticasse academia. Gostava apenas de caminhar sob a luz do luar e jogar vôlei.

            Já Luana, sua irmã mais nova, de 16 anos, de cabelo castanho, liso até os ombros, pele mais bronzeada, olhos verdes claros, magra, 1,65 de altura, que sempre gostava de jogar queimada com os colegas, também era bonita. Mas não era tão ligada em arranjar namorados como sua irmã.

            Jacy terminou de passar a sombra e retocar uma vez mais o brilho labial e disse: -Espero conhecer esta noite o meu príncipe encantado.- e deu uma piscadela, vendo a irmã pelo reflexo do espelho.

            -E você Luana?- continuou Jacy, ainda a fitar a irmã pelo reflexo do espelho. –Precisa arrumar um namorado.

            Mas Luana fingiu que não escutou e voltou a ler a revista de moda.

            “Um namorado.” Pensou Luana profundamente. “Realmente gostaria de ter um. Mas não sou como você, Jacy. Não levo muito jeito para essas coisas.”

      


 

Capítulo 2

         

           

            Até as 20 horas Jacy só ficou a se produzir em frente do belo espelho com moldura de mármore. Usando e retirando uma porção de maquiagens diferentes.

            Luana não ligava muito para se arrumar tanto. Usava calça jeans preta e uma camiseta baby-look também preta.

            Estava uma noite quente. A lua cheia brilhava na imensidão de um céu energizado pelos brilhos radiantes das estrelas.

            -Não sei como você consegue andar com esse salto-alto.- disse Luana, enquanto seguiam pela rua sinuosa, ladeada de árvores frondosas.

            -Esse salto é um charme.- disse Jacy, lutando para acompanhar os passos da irmã. –Calma, Luana. Você não pode andar mais devagar?

            -Pensei que você queria chegar cedo no “Point Dance”.- disse Luana ironicamente, voltando o olhar para a irmã.

            As garotas seguiram a rua por mais 4 quarteirões, viraram a esquina e chegaram à danceteria, de grandes letreiros que traziam o nome do lugar;

            Point Dance”, em letras garrafais que ficavam brilhando de azul e vermelho.

            -Uau!- exclamou Jacy, parando do outro lado da rua. – quanta gente.- havia uma fila grande na porta da danceteria. Uma fila composta por jovens entre 16 a 20 anos. Garotos e garotas.

            Luana retirou dois pares de ingressos do bolso da calça, deu um para a irmã e as duas se encaminharam para a fila. Mal entraram na fila, não era mais as últimas, um grupo de 3 garotas chegou atrás delas.

            -Hoje à noite promete.- disse Jacy, com um sorriso de satisfação e entusiasmo nos lábios coloridos pelo brilho rosa. –Veja só Luana, quantos gatinhos. E olha, aquele de camisa verde está olhando para nós.

            O rapaz, citado por Jacy, estava ao lado de um Mustage preto, com outros amigos que estavam distraídos numa conversa. O rapaz olhou para Jacy e depois para Luana. Depois, ao perceber que elas o olhavam, sentiu-se corar e desviou o olhar.

            “Tão bonitinho.” Pensou Luana, suspirando um pouco nervosa. E ficou a olhá-lo por alguns segundos.

            -Uma graça não é?- perguntou Jacy, cutucando-a com o braço.

            -É.- concordou secamente a outra. –Tá afim dele?

            -É impressão minha ou você tá afim do gatinho?- provocou Jacy. –Tô sentindo uma pontinha de ciúme?

            -Não enche.- murmurou Luana, virando o rosto para o outro lado da rua. Onde viu um garoto parado. A fitá-las. Há quanto tempo estava ali?

            Sozinho do outro lado da rua? Envolto em trevas, a fitar misteriosamente as duas irmãs?

            -Tem alguém ali.- disse Luana disfarçadamente pra a irmã.

            -O quê? O que você disse?- perguntou Jacy sem entender.

            -Tem alguém, acho que é um garoto, do outro lado da rua, veja.

            Ambas se viraram e nada viram. Apenas as árvores e suas sombras se viram frente ao grande muro de concreto de uma casa.

            -Que garoto?- quis saber Jacy curiosa. –Era bonito?

            -Você só pensa em arrumar namorados?- repreendeu-a Luana. –Era estranho. Parecia estar a nos vigiar.

            -Como ele era?

            -Não sei. Estava envolto em sombras.

            -Tem certeza que era um garoto?

            -Eu acho que sim.

            -Que tipo de roupa que ele usava?

            -Eu não sei, Jacy. Não reparei. Só me virei e vi que ele estava olhando direto para você.

           


           

       Capítulo 3

           

            -Para mim?- surpreendeu-se Jacy, dando um sorriso meio sem jeito.

            -Sim. Seus olhos estavam vidrados em você. Ele parecia louco, sei lá.- dizia Luana sem parar. –Poderia jurar que vi seus olhos brilharem num vermelho vivo como sangue.

            Pouco depois Jacy e Luana estavam dentro da danceteria. Muitos jovens dançavam na pista de dança onde um globo projetava luzes coloridas.

            As duas, a princípio, ficaram a deslumbrar a beleza do lugar. Luana nunca havia entrado naquele lugar antes, já Jacy, já havia vindo ali mais de 5 vezes.

            Luana se virou por alguns instantes e quando retornou o olhar para sua irmã, sentada ao seu lado numa das mesas, viu que mais alguém se juntara a elas. Era um rapaz bonito. Pele muito clara, cabelo curto, arrepiado, usava jeans preto, e uma camisa por baixo de um colete cinza.

            Ele olhou para Luana, e ela se arrepiou ao se deparar com seus belos e brilhantes olhos azuis-acinzentados.

           


           

       Capítulo 4

           

            -Olá!- disse o rapaz numa voz doce e sensual.

            -Esta é minha irmã, Luana.- apresentou-a ao rapaz, falando um pouco alto por causa do som “tuth tuth” da música eletrônica.

            -É tão linda como sua irmã. Eu sou Fred. Vi sua irmã e você do outro lado da rua pouco tempo antes.

            -Então era você?- disse Luana surpresa. –Você me assustou, sabia?

            -Ora, por quê?- quis saber ele, fitando-a com aqueles lindos olhos azuis.

            -Não sei.- começou Luana meio sem graça. –Do outro lado da rua estava sombrio, aí vi você meio que submerso em sombras, e me espantei.

            -Tá bom.- interrompeu Jacy, cansada daquela conversa chata. –Vamos dançar, Fred?

            -Me parece uma boa idéia Jacy, eu realmente...- e se calou. Ficando pensativo, com Jacy ao seu lado o encarando interrogativamente.

            -Jacy- começou Fred, ainda pensativo. –Seu nome significa lua na mitologia indígena, a mãe de todos os frutos. Você sabia?

            -Oh! Não. Eu não sabia. Que legal. E eu sempre adorei o luar.- disse Jacy com um belo sorriso nos lábios.

            -Seus pais sabiam disso?- perguntou Fred, agora olhando para Luana.

            -Eu não sei.- Luana apressou-se a responder. –Por quê?

            -As 3 primeiras palavras de seu nome formam a palavra lua.- disse Fred.

            -É mesmo. Que coincidência legal, não?- disse Jacy apressadamente, pôs-se de pé e puxou o braço de Fred. –Agora vamos dançar.

            Ambos deixaram Luana sentada sozinha à mesa, e foram para a pista de dança.

            “Tão lindo”, pensou Luana fitando-o se afastar com a irmã. “Mas como sempre ele agora é propriedade de Jacy. Como sempre. Pelo menos uma vez eu queria ser como ela. Ter sorte com garotos.”

           

      


       Capítulo 5

           

           

            Luana decide beber alguma coisa. Vai até o bar e pede um refrigerante bem gelado. Depois volta para sua mesa. Sempre que está tomando refrigerante gelado pensa em clubes. Estar em um clube, acabar de sair da piscina e tomar um refrigerante super gelado, sob a luz do sol no máximo.

            Todos estavam se divertindo muito ali, todos exceto Luana, que estava mergulhada em pensamentos bobos e inúteis.

            Ela abaixou a cabeça sobre os braços em cima da mesa, e quando levantou viu Jacy e Fred se beijando. Ele a abraçava tão carinhosamente.

            Um abraço tão envolvente. Luana não pode esconder que sentiu uma pontinha de inveja da irmã.

            O casal voltou para a mesa, se juntando a Luana. Que se sentiu estranha. Estava sobrando. Mas ela fingiu que estava tudo bem.

            De repente surgiu alguém, parando frente à mesa onde eles estavam.

            Luana quase gritou ao ver o homem alto, de uns 40 anos, usando um chapéu de aba arredondada, e um sobretudo marrom muito grande.

            O estranho fica a fitar descaradamente os jovens na mesa. Sem dizer nada. Sem se mexer. Sem piscar. Com uma expressão de fúria estampada no rosto de grossas sobrancelhas castanhas e uma espessa e ressecada barba que lhe cobria o queixo.

           


      

       Capítulo 6

           

            -O que você quer?- perguntou Fred, encarando-o com firmeza. Mas o estranho nada disse, se virou e saiu de vista.

            -Que sujeito mais esquisito.- cochichou Luana, mesmo sabendo que o estranho já tinha se afastado.

            -Muito esquisito.- completou Jacy.

            -Me deem licença um minuto.- disse Fred se levantando.

            -Onde você vai?- quis saber Jacy.

            -Hã!?- Fred fez uma pausa, olhando para além do bar. –Vou ao banheiro. Volto logo.- e saiu, desaparecendo ao cruzar um corredor.

            -Jacy.- chamou Luana, -Veja!

            -O que é?

            -No segundo andar.- apontou Luana. –É aquele sujeito estranho. O que será que ele está procurando?

            -Sei lá.- estourou Jacy. –Pare de se preocupar com os outros. Ele deve tá procurando o filho ou filha que ainda não voltou pra casa.

            Então o homem sumiu de sua vista.

            -O Fred está demorando- reclamou Jacy, uns 10 minutos depois. –Acho que vou procurá-lo.

            -No banheiro dos homens?- zombou Luana sarcástica.

            -Se for preciso, sim.- ironizou Jacy, levantando-se da mesa. Em seguida ouviu um forte estrondo. Como o de um trovão furioso.

            Ambas as irmãs olharam na direção do estrondo, e viram com horror, que uma garota havia caído do segundo andar. Seu corpo estava ensanguentado, com o pescoço torto, num ângulo assustador. Suas pernas e braços também estavam quebrados. Dava para ver que os ossos de seu esqueleto perfuraram sua pele, ficando espantosamente à mostra.

            Neste instante, gritos de horror, em grandes coros, começaram a surgir, se prolongando incansavelmente. Um coro de gritos de horror e desespero.

            Uma noite para se lembrar. Uma noite com um destino trágico.

            Melinda Stancer, a bela loira, de olhos lindamente cor de esmeralda.

            Agora estava morta. Com elementos estranhos envolvendo sua misteriosa morte. Tais como dois pequenos buracos do lado direito de seu pescoço.

           

      


Capítulo 7

      

            Quem a matara? O suspeito era um homem estranho. Que usava uma espessa e grande barba, chapéu e sobretudo. O mesmo que ficara a observar ousadamente os jovens, Jacy, Luana e Fred.

            Todos que estavam na danceteria foram interrogados pela polícia.

            Mas ninguém sabia de nada, a não ser que o corpo de Melinda caíra ou fora jogado do andar de cima.

            Mas todos falaram sobre o estranho homem. Ele era o principal suspeito. Mas ele simplesmente tinha desaparecido da danceteria.

            As garotas se despediram de Fred, Jacy deu-lhe um beijo nos lábios. Combinaram de se encontrar no outro dia, no shopping.

           

***

           

            Naquela noite, por volta das 4 da madrugada, Jacy pôs-se de pé. Não conseguia pegar no sono. Estava demasiado quente.

            Ela se dirigiu até a janela. A abriu ao máximo. Sentiu a golfada de ar quente e úmido contra seu rosto. Estava realmente uma noite quente. A lua ia alta no céu. Tão grande e tão brilhante.

            De repente Jacy escutou um forte barulho. Parecia de objetos caídos no chão. Em silêncio saiu do seu quarto, notou que a porta do quarto da irmã estava aberta.

            “Estranho” pensou ela. “Luana sempre gostou de dormir com a porta fechada.”

            Ela andou até a porta no final do corredor e abriu a porta. À luz do luar que entrava pela janela entreaberta, banhando o quarto, ela viu que a cama da irmã estava desarrumada e ela não estava lá.

            -Luana!- chamou Jacy, para se certificar que a irmã não estava no quarto, em algum lugar onde as trevas reinavam. Mas o aposento estava vazio.


           


           

Capítulo 8

           

            Jacy volta, espreita mais à frente para o quarto dos pais. Vazio.

            “Como todo final de semana, meus pais vão passar a noite fora.” diz ela a si mesma. “Sempre dizem ´Pretendemos voltar cedo, mas se não der voltamos amanhã de manhã. E só voltam pra casa no outro dia.”

            Então Jacy decide procurar a irmã no andar de baixo da casa. Chega ao patamar das escadas e vê alguém andando na sala.

            Jacy aperta a vista e consegue identificar. É sua irmã.

            -Também está sem sono?- pergunta Jacy acenando para a irmã. Mas antes que Luana diga alguma coisa, uma sombra irrompe pela sala, correndo como um felino na direção de Luana.

            -Cuidado, Luana!- grita Jacy desesperada. -Tem alguém atrás de você. Corra!

            Luana olha de relance e vê a figura envolta em sombras que a surpreende. A figura sinistra de olhos diabolicamente vermelhos.

            Num impulso de medo e desespero, Luana dispara numa fuga alucinada escada acima. Se junta a irmã no patamar da escada e vão as duas para o quarto de Jacy, que tranca a porta rapidamente.

            Silêncio.

            Apenas as respirações ofegantes das garotas ressoam no quarto.

            -Quem era?- perguntou Luana aturdida.

            -Eu não sei.- balbuciou Jacy trêmula. –Não conseguia pegar no sono, aí fui no seu quarto e você não estava lá.

            -Tinha ido beber água.- explicou Luana, tentando recuperar o fôlego.

            -Será que é um ladrão? Assassino? E se for aquele estranho que estava nos vigiando lá na danceteria?

            -Chame a polícia.- murmurou Luana.

            Sem dizer nada Jacy correu para o telefone ao lado de sua cama, começou a discar o número da polícia, mas se deteve.

            -O que foi?- indagou Luana se aproximando dela.

            -O telefone está mudo!- disse Jacy com horror nos olhos. –E agora, o que vamos fazer?

            Mas antes que pudessem dizer uma palavra sequer, fortes e estrondosas pancadas surgiram na porta do quarto. Cada vez mais fortes.

            Jacy e Luana gritaram desesperadas.

            Correram para janela aberta e viram, com horror, um homem entrar pela porta da residência no andar de baixo. Era mesmo tipo estranho que estava na danceteria. O principal suspeito de assassinar de forma insana a bela Melinda.

            Segundos depois a porta do quarto é arrombada com um estrondo horripilante.

          

           


       Capítulo 9

           

            As irmãs veem com horror e espanto o jovem e atraente Fred entrar no quarto, seguido por aquele homem estranho. Então ambos os sujeitos se encararam como dois cães raivosos prontos para se atracarem.

            -Mas o que está acontecendo?- indaga Jacy, apavorada, sem entender nada do que se passa ali. Por que aqueles dois estavam invadindo a casa?

            -Fred.- balbuciou Jacy, -O que está fazendo aqui?

            Fred ficou assustado ao ver o homem estranho no quarto das garotas.

            E nada disse.

            -Ele é um assassino!!- bradou o homem, apontando o dedo na direção de Fred. –Eu peço desculpas por invadir sua casa, garotas, mas sabia que vocês estavam em perigo.

            -Do que você está falando?- as vozes de Jacy e Luana se juntaram em uníssono. –Você matou Melinda lá na danceteria.

            -Não. Eu não a matei. Mas ele sim!- continuou apontando para Fred.

            –Ele é um assassino. Um assassino frio e demoníaco.

            -Quem é você velho?- retrucou Fred. –Como ousa falar assim comigo?

            -Eu sou Henk Freeman, e o estou caçando já faz mais de 20 anos.- diz o homem de sobretudo marrom. –Você não mudou nada em 20 anos.

            Como eu pensei.

            -Não me lembro de você.- disse calmamente Fred. –Conte para ver se eu lembro.

            -Você conheceu Carol, há 20 anos, numa casa noturna, e a matou. Ela era minha irmã. Minha única irmã. Matou-a para saciar sua sede por sangue. Você é um desprezível e maldito vampiro!

            -Jacy e Luana apenas observavam, em silêncio, a conversa mais maluca que já ouviram em todas suas vidas. Será que aqueles dois eram loucos ou estavam a tentar lhes pregar uma peça?

            -Hahaha...- começou a rir Fred. –Agora me lembro da tímida e frágil Carol. Aquela de quem eu suguei todo o sangue que corria em suas veias. E depois a matei, quebrando-lhe seu pescoço, para que ela não herdasse a minha maldição.

           


           

       Capítulo 10

  

            -Eu vou matá-lo!!- gritou Henk furioso, retirou uma estaca do bolso do sobretudo e atacou Fred. Este segurou-lhe os braços. E seus olhos começaram a brilhar. Um brilho espantoso. Tão vermelho e brilhante como sangue.

            -Fujam, garotas.- gritou Henk, percebendo a força de seu adversário.

            –Ele veio para matá-las. Fujam!!

            Desesperadas as garotas saíram do quarto em disparada. Porém, no corredor, Jacy sentiu uma mão forte segurar seu braço com força e a atirou contra a parede. Era Fred. Cujos olhos vermelhos ostentavam um brilho maligno.

            -Aquele velho achou que poderia se opor à minha vontade.- disse Fred, sorrindo, deixando à mostra suas 2 presas enormes e afiadas. Os caninos de um vampiro sedento por sangue fresco. Sim! Aquele sangue quente, vermelho-brilhante que percorre veia por veia. Aquele sangue cujo gosto supera o de qualquer outra bebida.

            Luana já estava descendo as escadas, deteve-se e ficou no patamar, a fitar sua irmã a mercê daquele louco, que se revelou um monstro. Um vampiro.

            -Socorro!- conseguiu gritar Jacy, mas inutilmente.

            -Pode gritar.- sussurrou o vampiro em seus ouvidos. –Isso aumenta o meu desejo.

            Ele segurava-a contra a parede, imobilizando seus braços com uma força muito suprema à sua.

            Então aproximou seu rosto do pescoço nu de Jacy. Sua irmã interveio, batendo contra as costas de Fred, tentando libertar sua irmã, mas seu esforço era em vão.

            Jacy sentiu seus lábios, agora frios como um túmulo, tocarem seu pescoço. Depois sentiu as duas presas ainda mais geladas e ásperas roçarem contra sua pele. Um arrepio de medo se espalhou por todo o seu corpo, e quando ele preparou para cravar as presas em seu pescoço ela ouviu um gemido de dor.

           

    


       Capítulo 11

           

           

            Então Fred soltou a garota e caiu inerte no chão, apunhalado por trás por Henk, que se armara de uma estaca.

            Mal Fred caiu e Henk lhe cravou seguidamente a estava no coração.

            Fred gritou o mais alto que pôde para em seguida seu corpo começar a virar cinzas. Um monte delas.

            Luana olhou aliviada para sua irmã. Estava assustada, mas bem. Já Henk estava ferido. Um grande ferimento no peito. Ali Fred o atingira com o punhal.

            Henk se certificou de que nenhuma das garotas tivesse sido mordida. E de fato não haviam sido mordidas.

            Mas ele sim tinha dois ferimentos de mordida no ombro. Retirou o sobretudo e se certificou. Fred o mordera minutos atrás, em sua luta.

            -Você está ferido.- começa Jacy para com Henk. –Precisa de um médico.

            -Não, minha cara. O ferimento no peito não é tão grave. Mas o no ombro é grave. Vai me transformar num monstro como Fred. Não há cura para isso a não ser a morte. Mas pelo menos minha vingança foi concluída.

            Eu preciso ir. Cuidem-se bem garotas, e quando encontrarem um vampiro

            novamente, matem-no.- disse Henk e já ia saindo quando Luana o interrompeu:

            -Espere!

            -O que é?

            -Aquela garota na danceteria, Melinda, quem a matou?

            -Quando se é mordido por um vampiro, logo você morre, para ressuscitar em seguida.- começou Henk. –Então é por certo dizer que Fred a matou primeiro, depois eu quebrei seu pescoço e a joguei do segundo andar.

            -Por que fez isso?- quis saber Luana.

            -Por que ela estava contaminada com essa maldição. Se não a matasse logo ela iria começar a matar. Agora preciso ir, o sono eterno da morte me aguarda.

            As duas irmãs tiveram uma experiência terrível naquela noite.

            Estavam exaustas.

            Ambas foram para o quarto dos pais.

            O vampiro tinha virado cinzas e desaparecera. O pobre Henk iria em busca de sua própria morte. Que noite assombrosa.

            Elas se deitaram juntas na cama de casal dos pais. Luana ia apagar a luz do abajur ao seu lado, mas Jacy a deteve, segurou os seus braços e olhou no fundo de seus olhos. Simultaneamente Luana sentiu um arrepio gelado de medo se espalhar por seu corpo. Sequer sabia por que sentiu aquilo.

            “O que ela vai fazer?” perguntou-se Luana com os olhos fitados na irmã.

            Jacy aproximou seu rosto no rosto da irmã e lhe deu um beijo na bochecha.

            -Tenha uma boa noite Luana!- sussurrou Jacy, ergueu a mão e apagou a luz do abajur. –Boa noite e bons sonhos.

           





           

           

           

           

           

           

           

           

           

           

 

Postar um comentário

0 Comentários